Comitês de sustentabilidade ganham força nas empresas
Comitê pode ajudar na implantação de programas efetivos ligados à sustentabilidade, um desafio para as empresas
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Redação Brasil 247
247 – A presença da sustentabilidade dentro de empresas tem sido decisiva na manutenção de negócios das mais diversas áreas, não só pelas questões ambientais, mas também pela reputação da marca. No entanto, um relatório do The Conference Board, organização internacional de pesquisas presente em mais de 60 países, indica que a implantação de programas efetivos ligados à sustentabilidade ainda está longe do ideal: apenas 48% já atingiram o estágio de maturidade e 21% encontram-se na fase inicial dessa jornada.
Para o fortalecimento desse pilar, a presença de um comitê de sustentabilidade pode ser uma ferramenta assertiva na conexão entre o conselho de administração, a estratégia do negócio em si e a operação. “Um comitê de sustentabilidade dentro das empresas desempenha um papel fundamental na integração de práticas sustentáveis, promovendo o letramento sobre o tema e fortalecendo sua presença na cultura organizacional. Assim, ele também assegura que tais diretrizes sejam incorporadas de forma transversal em todas as áreas da empresa”, explica Sharon Haskel Koepsel, consultora de Governança Sustentável do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados.
Uma das principais funções do comitê de sustentabilidade, conforme a especialista, é validar os temas materiais relacionados ao negócio, bem como as métricas e metas associadas a cada um deles. Isso inclui a avaliação dos impactos da empresa no meio ambiente e na sociedade, garantindo que as informações sejam transparentes, completas e precisas, permitindo ao conselho de administração tomar decisões embasadas.
“Este comitê promove a disseminação de conteúdos relevantes para todos os colaboradores, organizando reuniões, treinamentos e palestras de sensibilização e conscientização. Essas iniciativas buscam mapear questões e aspectos relacionados à sustentabilidade, sugerindo melhorias e acompanhando fluxos e decisões dentro da organização”, reforça Sharon.
Segundo a Global Report Initiative (GRI), entidade internacional que incentiva a transparência sobre questões econômicas, sociais, ambientais e de governança corporativa, “o comitê é um aliado do conselho para o melhor entendimento sobre riscos emergentes não captados ou subestimados”, de acordo com o que consta no seu Guia sobre Comitês de Sustentabilidade, desenvolvido em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCC).
Estruturalmente, é recomendável que o comitê de sustentabilidade possua um regimento interno, definindo claramente seu escopo, funções, estrutura e responsabilidades. A composição do comitê deve incluir, pelo menos, um membro do conselho de administração (quando houver na estrutura da empresa), um membro do corpo executivo e um especialista independente, que tenha atuação na área, além de contemplar pessoas de diversas áreas dentro da empresa, para agregar uma visão ampliada do negócio e garantir estratégias que alcancem toda a cadeia de valor. “Essa diversidade de competências é essencial para tratar com profundidade o amplo leque de temas relacionados à sustentabilidade que são relevantes para a empresa. Mas vale lembrar que nas empresas em que não existe o conselho de administração, o comitê de sustentabilidade se faz significativo da mesma forma e com as mesmas atribuições, garantindo que as ações ligadas ao tema sejam realizadas com efetividade”, esclarece a consultora.
Sharon complementa, ressaltando o quanto o comitê é vital para assegurar que as práticas sustentáveis sejam incorporadas na estratégia e nas operações da empresa. “Esse movimento promove uma cultura organizacional comprometida com o desenvolvimento sustentável e alinhada às expectativas de stakeholders e às demandas regulatórias atuais”, afirma.