Um barco que navega pelos rios da Amazônia levando atendimentos de saúde e atividades culturais. Mestras e mestres das culturas tradicionais com seus conhecimentos ancestrais sobre ervas e plantas medicinais. Exposições de arte produzida por pacientes em tratamento psiquiátrico. Pontos de Cultura integrados com Centro de Atendimento Psicossocial para promover saúde mental. Esses foram alguns dos exemplos apresentados na oficina realizada pelo Ministério da Cultura (MinC), nesta terça-feira (24), sobre a relação da cultura na promoção da saúde e do bem-estar da população.

Foto: Victor Vec/ MinC
A iniciativa integra uma série de encontros voltados a discutir o papel do setor cultural na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), realizados em parceria com a Comissão Nacional dos ODS, coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O foco desta edição foi o ODS 3, que propõe assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas as pessoas, em todas as idades, até 2030.
“Foi uma discussão muito rica e um momento importante de troca de experiências. Tivemos a participação de integrantes do Sistema MinC, Ministério da Saúde, Fiocruz, ONGs e Pontos de Cultura. Nós estamos tecendo essa política e amadurecendo, principalmente, esse olhar de como a cultura é estratégica para a saúde individual e coletiva”, avaliou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.
A diretora do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Ângela Leal, destacou a importância da oficina para fortalecer a articulação entre os dois temas e a transversalidade da Agenda 2030. “A cultura é uma forma de construção de vínculo e de fortalecimento das práticas e dos saberes dos territórios. Ela influencia profundamente em todo esse processo de cuidado, inclusive em como se percebe e se identifica a questão da saúde, do adoecimento, do processo de cuidado e de cura”, afirmou.
Em agosto de 2024, os ministérios da Cultura e da Saúde estabeleceram um Acordo de Cooperação Técnica. Uma das ações em conjunto prevê a integração da rede de Pontos de Cultura com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Segundo a secretária Márcia Rollemberg, é importante que os grupos e entidades culturais se sintam como promotores de saúde.
“Em alguma medida, quem faz cultura, quem faz arte promove saúde. Então, faremos uma pesquisa que busca instigar os pontos a pensarem essa dimensão da saúde nas suas ações do dia a dia na cultura”, afirmou.

- Foto: Victor Vec/ MinC
Experiências
Durante a oficina, diversas experiências foram compartilhadas. Entre elas, o trabalho do Ponto de Cultura Saúde e Alegria, que atua desde 1987 na Amazônia, com a arte, o lúdico e a comunicação popular. Sediado em Santarém, no Pará, o projeto conta com dois navios-hospitais e o Gran Circo Mocorongo, no qual ribeirinhos apresentam músicas, poesias, esquetes educativas e culturais.
“A origem da organização sempre foi essa união entre saúde e cultura. Foi a forma que encontramos de dialogar e de levar os conhecimentos, os assuntos de saúde para a população rural. Então, o Saúde e Alegria começou como um projeto de saúde, usando o palhaço, a brincadeira, a cultura e a valorização dos talentos das comunidades. Desde o início, a gente sempre entendeu isso: promover a saúde através de práticas culturais e de práticas artísticas”, explica o representante da organização, Fábio Pena.
Para ilustrar a importância das práticas artísticas na promoção da saúde mental, foram convidados dois projetos sediados no Rio de Janeiro: o Museu de Imagens do Inconsciente, fundado pela psiquiatra Nise da Silveira em 1952 e que abriga obras produzidas por pacientes em ateliês terapêuticos; e o bloco de carnaval Loucura Suburbana, que integra usuários, familiares, profissionais da saúde mental e moradores do bairro Engenho de Dentro.
“A nossa trajetória de 25 anos comprova a importância e a potência da cultura na saúde mental. A gente tem certeza de que isso tem que ser ampliado para todos os CAPs e se constituir realmente um sistema integrado entre cultura e saúde. Cultura e arte transformam vidas, instituições e a sociedade”, comentou a diretora do Loucura Suburbana, Ariadne Mendes
No campo das tradições, Ana Maria da Silva Soares, fundadora do Ponto de Cultura Coletivo Minhas Plantas, Meu Quintal, em Belo Horizonte, falou sobre o resgate dos saberes das raizeiras e benzedeiras. “Estamos há 10 anos trabalhando para valorizar essas tradições em grandes cidades, como Belo Horizonte. Então, a gente trabalha com a cultura, que titula nossas mestras e mestres, e com meio ambiente e a segurança alimentar, para discutir como trazer o plantio de ervas para os quintais das casas e até nos apartamentos. Então o nosso coletivo caminha internamente para fortalecer nossas tradições, nossos grupos de terreiros e o cultivo de ervas porque a gente sabe que essa é uma prática que veio na oralidade e do passado”, falou.
Além das experiências dos Pontos de Cultura, o MinC apresentou ações como o programa Territórios da Cultura, que visa ampliar o acesso à infraestrutura cultural no país, e iniciativas do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para reconhecimento de práticas tradicionais de cuidado. Um exemplo é o ofício das parteiras, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil em maio de 2024.
Sobre o projeto
A série de oficinas busca fortalecer a ideia de criar um ODS específico para a Cultura, tema que será discutido na próxima Conferência Mundial da Unesco sobre Políticas Culturais (Mondiacult). A primeira oficina do projeto, realizada em abril, focou no ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), promovendo um debate sobre o papel da cultura na preservação do patrimônio e na criação de cidades mais inclusivas e sustentáveis.
As próximas atividades previstas para 2025 são:
– 7 de agosto: Cultura e Igualdade Étnico-Racial (dialogando com o ODS 10);
– 16 de setembro: Cultura de Paz e Cooperação (ODS 16 e 17);
– 18 de novembro: Cultura, Preservação Ambiental e Emergência Climática (relacionado aos ODS da dimensão ambiental).
Formulário de Matrícula
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Participe da Aula de Integração do MBA em Gestão e Produção Cultural – UNIMAIS | ABGC | CCBB Rio
É com grande satisfação que a Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC) convida todos os interessados para participarem da Aula de Integração do nosso MBA em Gestão e Produção Cultural – turma XVI, a ser realizada no dia 19/07/2025, sábado, no horário de 10:00 às 12:00hs.
Este será o primeiro momento de encontro da turma, um espaço pensado com carinho para apresentar a proposta do curso, fortalecer os vínculos entre estudantes, coordenação e equipe, e inaugurar uma jornada que, temos certeza, será marcada por intensas trocas, crescimento profissional, reflexões acadêmicas e desenvolvimento pessoal.
ABGC amplia bolsas e divulga lista de selecionados do Edital Social 2025 para o MBA em Gestão e Produção Cultural – UNIMAIS | ABGC | CCBB Rio
A Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC), em parceria com a UniMais e o CCBB Rio, tem o orgulho de anunciar os contemplados com bolsas integrais para a Turma XVI do MBA em Gestão e Produção Cultural.
Com o compromisso de democratizar o acesso à formação qualificada e impactar positivamente o setor cultural, a ABGC conseguiu ampliar o número de bolsas integrais inicialmente previsto, passando de 6 para 10 vagas. Essa conquista permite que profissionais de diferentes regiões e contextos possam fortalecer suas trajetórias na gestão e produção cultural, multiplicando esse conhecimento em suas redes e territórios.
Confira a lista dos selecionados com bolsas integrais:
Reconhecendo o alto número de inscrições recebidas para o edital social, a ABGC também ofertou bolsas parciais aos candidatos que não foram contemplados com a bolsa integral. Dessa forma, buscamos atender o maior número possível de profissionais, contribuindo para o fortalecimento do campo cultural brasileiro.
A todos os contemplados, nossos parabéns e votos de uma jornada rica em trocas, aprendizados e realizações. Temos certeza de que essa formação contribuirá não apenas para o crescimento individual de cada um, mas também para o desenvolvimento coletivo do setor cultural em nosso país.
Manual sobre descarte de medicamentos é lançado para orientar comunidade escolar e acadêmica e promover a sustentabilidade
Fonte: Universidade Estadual do Maranhão
Por Assessoria de Comunicação Institucional em 11 de julho de 2025
Com o objetivo de promover a educação ambiental e a saúde pública, foi lançado o Manual sobre Descarte de Medicamentos Vencidos ou em Desuso, resultado do projeto de extensão “Atividades Educativas sobre Descarte Correto de Medicamentos e seus Impactos Ambientais”, desenvolvido no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX), vinculado a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proexae) da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
A iniciativa, aprovada por meio do Edital nº 19/2023-PROEXAE-AGA/UEMA, está sendo executada desde novembro de 2023 até agosto de 2025 no Centro de Ensino Professor João Pereira Martins Neto, sob a coordenação da professora Nádja Furtado Bessa dos Santos. A equipe do projeto conta com a participação do bolsista extensionista Luiz Davi Correa Pinto, do voluntário Raimundo Afonso Silva Paiva, dos professores colaboradores Kedma Madalena Garcez (Uema), Jorge Hamilton Souza dos Santos (Ufma) e Liana Flávia Coelho (Centro de Ensino Prof. João Pereira Martins Neto), além dos designers gráficos Mayana Martins de Sousa e Wallison Pereira Moura.
O projeto tem como foco a realização de atividades educativas voltadas ao descarte consciente de medicamentos, com vistas a informar e sensibilizar a comunidade escolar sobre os impactos ambientais e riscos à saúde pública ocasionados pelo descarte inadequado desses resíduos. Além disso, o trabalho está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os de número 3 (Saúde e bem-estar), 4 (Educação de qualidade), 6 (Água potável e saneamento), 11 (Cidades e comunidades sustentáveis) e 12 (Consumo e produção responsáveis).
Como produto das ações do projeto, o manual foi elaborado para ser uma ferramenta acessível e prática, orientando estudantes, professores e a comunidade em geral sobre como realizar o descarte correto de medicamentos vencidos ou em desuso. O material reforça a importância de práticas sustentáveis no cotidiano e da responsabilidade coletiva na preservação ambiental.
O manual encontra-se disponível para acesso público e gratuito no site da Editora da Uema.
📘 Acesse o livro completo: https://www.editorauema.uema.br/index.php/omp/catalog/book/376
Por: Karla Álmeida/Informações AGA
Ministra Margareth Menezes empossa Cláudia Leitão como secretária de Economia Criativa
Foto: Victor Vec/MinC
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, deu posse, nesta quarta-feira (9), à secretária de Economia Criativa, Cláudia Leitão. A cerimônia simbólica ocorre após a publicação do Decreto Nº 12.471/2025, que aprova a nova estrutura regimental do MinC e determinou a recriação da unidade. Com a medida, a Pasta avança no reconhecimento e consolidação da economia criativa como estratégia no desenvolvimento social, econômico, ambiental, político e cultural do país.
“A criação da secretaria vem para colaborar para uma estruturação mais forte das políticas de fomento cultural brasileiro que estamos construindo. E agora é chegada a hora de construirmos ainda mais para a economia criativa do nosso País”, declarou a ministra.
Após agradecer a oportunidade, a secretária recém-empossada destacou a reafirmação da importância do desenvolvimento de políticas publicadas destinadas ao estímulo do setor criativo.
“É momento de reafirmar que o Ministério da Cultura volta a ocupar um importante lugar na discussão do desenvolvimento da economia criativa no Brasil, com sustentabilidade e qualidade econômica”, disse.
No Brasil, a economia criativa movimenta cerca de R$ 230 bilhões de reais e emprega cerca de 7,8 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas, equivalendo a 7% do total dos trabalhadores da economia do país.
Carreira
A professora e pesquisadora Cláudia Leitão é referência na área de economia criativa no Brasil, ela é pesquisadora, gestora pública e consultora com destacada atuação nas áreas de cultura e políticas públicas, membro da Rede de Pesquisadores em Políticas Culturais e do Conselho Editorial da publicação Políticas Culturais em Revista. Na Universidade Estadual do Ceará (UECE), foi responsável pela criação e coordenação da Especialização em Gestão Cultural e do Mestrado Profissional em Gestão de Negócios Turísticos, além de ter liderado o Mestrado Acadêmico em Administração, com foco em micro e pequenas empresas.
Na esfera pública, exerceu cargos estratégicos, como Superintendente do Senac do Ceará (2001 a 2004) e Secretária da Cultura do Ceará (2003 a 2006), período em que implantou políticas públicas como o “Cultura em Movimento: Secult Itinerante” – vencedor do Prêmio Cultura Viva –, e programas, como “Agentes de Leitura” e “Mestres da Cultura Tradicional Popular”. Posteriormente, no MinC, foi a primeira gestora da Secretaria da Economia Criativa, entre 2011 e 2013.
Nova estrutura
Com a recriação da secretaria, o MinC passa a contar com uma nova institucionalidade para o setor, responsável por formular e implementar políticas, programas e ações voltadas à produção de dados e informações sobre a economia criativa no Brasil.
O decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alterou o decreto Nº 11.336/2023 e formalizou o desmembramento da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic) em duas instâncias distintas. A medida também institui a Diretoria de Desenvolvimento da Economia Criativa e a Diretoria de Políticas para Trabalhadores da Cultura e da Economia Criativa, na composição da Secretaria de Economia Criativa.
O texto também prevê a estruturação, o desenvolvimento e a institucionalização de territórios criativos, além do planejamento, da coordenação e da elaboração de estudos técnicos, pesquisas e indicadores relacionados à área.
A nova secretaria terá diretorias específicas para ampliar o fomento e o financiamento dos setores criativos, promover iniciativas de comercialização – incluindo a criação de uma plataforma para bens e serviços nos mercados nacional e internacional – e propor a regulamentação de profissões ligadas à cultura.
Entre as atribuições ainda estão a promoção de estratégias de formação e qualificação profissional no setor cultural e a execução de políticas que estimulem a formalização e o aumento da renda dos trabalhadores da economia criativa.
Museu Oscar Niemeyer é a nova casa da Bienal de Quadrinhos de Curitiba
Com o tema “Futuros Possíveis”, a 8ª edição do maior evento de HQs do Sul do Brasil acontece de 4 a 7 de setembro
Museu Oscar Niemeyer (MON), no Centro Cívico. (Foto: Tami Taketani/Plural.)
Um dos mais importantes eventos da cena HQ do país tem novo endereço. É a 8ª edição da Bienal de Quadrinhos de Curitiba, marcada para os dias 4 a 7 de setembro, que anunciou a transferência da maior parte de sua programação para o Museu Oscar Niemeyer (MON). A mudança foi necessária porque, apesar de ser um dos acontecimentos do calendário oficial da capital do Paraná, surgiram entraves para a realização no Museu Municipal de Arte (MuMA), local que foi sede das edições anteriores desde 2014.
Conforme explica Greice Barros, que coordena a Bienal ao lado de Gilmar Kaminski e Luciana Falcon, o problema é uma questão burocrática. “A Bienal e outras realizadoras de festivais e feiras literárias de Curitiba iniciaram um movimento junto à Fundação Cultural de Curitiba (FCC) para buscar desburocratizar e facilitar o acesso de ações culturais às estruturas públicas de cultura da cidade. Neste momento, esses espaços estão submetidos ao Decreto Municipal nº 700/2023, que regula os procedimentos administrativos de ocupação e impossibilita algumas linguagens artísticas de comercializarem suas obras/trabalhos como publicações, artesanato, ilustrações, entre outros”, diz ela.
Ainda segundo Barros, os produtores da Bienal, bem como de outros eventos, estão tratando com o poder público para evitar novos prejuízos para artistas e público: “Como essa pauta não diz respeito apenas a Bienal, ou seja, há outras singularidades a serem consideradas e também o tempo necessário para o aprofundamento jurídico, a possível nova regulamentação não sairá a tempo de nossa programação no MuMA. Mas estamos confiantes que essa mudança será um salto facilitador para todos os eventos destas linguagens e, assim, terão condições de promover outras lógicas de fruição econômica para os artistas e o amplo acesso da população.”
Novidades
Segundo Luciana Falcon, a conquista de novos apoios auxiliou na mudança e permitiu a ampliação da Bienal que “será uma nova festa das HQs”. “A Bienal sempre foi inovadora em movimentar a cena de quadrinhos na cidade, fazendo alterações significativas ao longo das edições conforme ampliamos o evento. Neste ano, agregamos importantes apoios que viabilizaram a sua realização, como a Secretaria de Estado da Cultura e o Museu Oscar Niemeyer ‐ a nova casa da Bienal de Quadrinhos ‐ e o Instituto Francês, através da Temporada Cruzada Brasil-França 2025, com a programação BD Encontra a HQ e a delegação francesa de autores, editores, agentes literários e curadores de eventos”, fala a coordenadora.
Ainda sobre as novidades, Gilmar Kaminski destaca que “a ocupação do MON reflete o interesse do evento em expandir sua atuação para outros espaços públicos de Curitiba e também para outras cidades do Estado”. Ele também explica para onde as fronteiras do evento foram ampliadas, com recursos do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura. “Além da programação da Bienal em Curitiba, de 4 a 7 de setembro, com ações no MON, MuMA e Gibiteca, esta edição é marcada pela descentralização, contando com atividades em escolas da rede pública de ensino e também realizando a Bienal Circula, que promoverá programação com artistas convidados nas cidades de Paranaguá, Pato Branco e Foz do Iguaçu, entre os meses de setembro e outubro”, fala o coordenador.
A 8ª Bienal
A programação continua totalmente gratuita nesta edição de 2025, que apresenta cerca de 30 convidados nacionais e internacionais, palestras, debates, oficinas, lançamentos, feira de livros e exposições organizadas sob o tema “Futuros Possíveis”. E a curadoria do evento segue feita integralmente por mulheres, a cargo do trio Dandara Palankof (tradutora, editora e pesquisadora), Maria Clara Carneiro (professora, pesquisadora, tradutora e crítica), e Mitie Taketani (produtora de eventos de quadrinhos e literatura, e proprietária da Itiban, livraria e espaço cultural).
A artista homenageada neste ano é Cida Godoy, pioneira entre as mulheres quadrinistas e roteirista de “Drácula”, outra artista com presença confirmada é a ilustradora e quadrinista israelense Rutu Modan, vencedora do prêmio Eisner em 2008, por seu livro “Exit Wounds”, e colaboradora de revistas e jornais como The New York Times, New Yorker e Le Monde.
Já o quadrinista cubano Alexander Izquierdo, autor de “Rosa de La Habana” e “Eugenia”, entre outras obras, também está entre os convidados internacionais; ele será publicado no Brasil pela primeira vez pela editora Trem Fantasma, desdobramento do Programa Brasil em Quadrinhos, uma iniciativa da Bienal em parceria com o Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty. Entre as ações resultantes da parceria com o Instituto Francês também está uma residência artística com Matthias Lehmann (sobrinho do escritor Roberto Drummond), autor da HQ “Chumbo”.
Bienal de Quadrinhos de Curitiba 2025
De 4 a 7 de setembro, no Museu Oscar Niemeyer – MON (R. Mal. Hermes, 999)
Gratuito
www.bienaldequadrinhos.com.br
@bienaldequadrinhos
Módulo de Extensão – Gestão de Projetos – Da Elaboração à Prestação de Contas
Aula Aberta inaugura a 16ª edição do MBA em Gestão e Produção Cultural – UNIMAIS | ABGC | CCBB Rio
Com transmissão ao vivo, encontro marca o início de uma nova turma com aula especial de Aline Sant’Anna, referência em produção de megaeventos
Está oficialmente aberta a 16ª edição do MBA em Gestão e Produção Cultural – UNIMAIS | ABGC | CCBB Rio. E, para marcar esse início, a aula inaugural ministrada por Aline Sant’Anna, profissional de destaque na gestão da produção de megaeventos com artistas como Madonna, Lady Gaga, Paul McCartney, Rolling Stones, entre outros nomes da música nacional e internacional.
Com mais de 30 anos de atuação no setor cultural, Aline compartilha nesta aula aberta experiências, bastidores e reflexões sobre a produção cultural em grande escala – desde a concepção de projetos à sua execução e logística artística.
A transmissão é gratuita e aberta ao público, com acesso livre pelo canal da ABGC no YouTube. Assista abaixo:
Serviço
Sobre o curso
O MBA em Gestão e Produção Cultural – UNIMAIS | ABGC | CCBB Rio é um programa de pós-graduação que une teoria e prática na formação de gestores e produtores culturais. A 16ª edição está com inscrições abertas e oferece modalidades online e presencial, corpo docente qualificado, bolsas parciais e formação reconhecida pelo MEC.
Mais informações: https://abgc.org.br/gpc2025/
Realização: UNIMAIS + ABGC | Apoio: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Rio
Oficina realizada pelo MinC debate relação entre cultura e saúde para o desenvolvimento sustentável
Foto: Victor Vec/ MinC
A iniciativa integra uma série de encontros voltados a discutir o papel do setor cultural na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), realizados em parceria com a Comissão Nacional dos ODS, coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O foco desta edição foi o ODS 3, que propõe assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas as pessoas, em todas as idades, até 2030.
“Foi uma discussão muito rica e um momento importante de troca de experiências. Tivemos a participação de integrantes do Sistema MinC, Ministério da Saúde, Fiocruz, ONGs e Pontos de Cultura. Nós estamos tecendo essa política e amadurecendo, principalmente, esse olhar de como a cultura é estratégica para a saúde individual e coletiva”, avaliou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.
A diretora do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Ângela Leal, destacou a importância da oficina para fortalecer a articulação entre os dois temas e a transversalidade da Agenda 2030. “A cultura é uma forma de construção de vínculo e de fortalecimento das práticas e dos saberes dos territórios. Ela influencia profundamente em todo esse processo de cuidado, inclusive em como se percebe e se identifica a questão da saúde, do adoecimento, do processo de cuidado e de cura”, afirmou.
Em agosto de 2024, os ministérios da Cultura e da Saúde estabeleceram um Acordo de Cooperação Técnica. Uma das ações em conjunto prevê a integração da rede de Pontos de Cultura com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Segundo a secretária Márcia Rollemberg, é importante que os grupos e entidades culturais se sintam como promotores de saúde.
“Em alguma medida, quem faz cultura, quem faz arte promove saúde. Então, faremos uma pesquisa que busca instigar os pontos a pensarem essa dimensão da saúde nas suas ações do dia a dia na cultura”, afirmou.
Experiências
Durante a oficina, diversas experiências foram compartilhadas. Entre elas, o trabalho do Ponto de Cultura Saúde e Alegria, que atua desde 1987 na Amazônia, com a arte, o lúdico e a comunicação popular. Sediado em Santarém, no Pará, o projeto conta com dois navios-hospitais e o Gran Circo Mocorongo, no qual ribeirinhos apresentam músicas, poesias, esquetes educativas e culturais.
“A origem da organização sempre foi essa união entre saúde e cultura. Foi a forma que encontramos de dialogar e de levar os conhecimentos, os assuntos de saúde para a população rural. Então, o Saúde e Alegria começou como um projeto de saúde, usando o palhaço, a brincadeira, a cultura e a valorização dos talentos das comunidades. Desde o início, a gente sempre entendeu isso: promover a saúde através de práticas culturais e de práticas artísticas”, explica o representante da organização, Fábio Pena.
Para ilustrar a importância das práticas artísticas na promoção da saúde mental, foram convidados dois projetos sediados no Rio de Janeiro: o Museu de Imagens do Inconsciente, fundado pela psiquiatra Nise da Silveira em 1952 e que abriga obras produzidas por pacientes em ateliês terapêuticos; e o bloco de carnaval Loucura Suburbana, que integra usuários, familiares, profissionais da saúde mental e moradores do bairro Engenho de Dentro.
“A nossa trajetória de 25 anos comprova a importância e a potência da cultura na saúde mental. A gente tem certeza de que isso tem que ser ampliado para todos os CAPs e se constituir realmente um sistema integrado entre cultura e saúde. Cultura e arte transformam vidas, instituições e a sociedade”, comentou a diretora do Loucura Suburbana, Ariadne Mendes
No campo das tradições, Ana Maria da Silva Soares, fundadora do Ponto de Cultura Coletivo Minhas Plantas, Meu Quintal, em Belo Horizonte, falou sobre o resgate dos saberes das raizeiras e benzedeiras. “Estamos há 10 anos trabalhando para valorizar essas tradições em grandes cidades, como Belo Horizonte. Então, a gente trabalha com a cultura, que titula nossas mestras e mestres, e com meio ambiente e a segurança alimentar, para discutir como trazer o plantio de ervas para os quintais das casas e até nos apartamentos. Então o nosso coletivo caminha internamente para fortalecer nossas tradições, nossos grupos de terreiros e o cultivo de ervas porque a gente sabe que essa é uma prática que veio na oralidade e do passado”, falou.
Além das experiências dos Pontos de Cultura, o MinC apresentou ações como o programa Territórios da Cultura, que visa ampliar o acesso à infraestrutura cultural no país, e iniciativas do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para reconhecimento de práticas tradicionais de cuidado. Um exemplo é o ofício das parteiras, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil em maio de 2024.
Sobre o projeto
A série de oficinas busca fortalecer a ideia de criar um ODS específico para a Cultura, tema que será discutido na próxima Conferência Mundial da Unesco sobre Políticas Culturais (Mondiacult). A primeira oficina do projeto, realizada em abril, focou no ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), promovendo um debate sobre o papel da cultura na preservação do patrimônio e na criação de cidades mais inclusivas e sustentáveis.
As próximas atividades previstas para 2025 são:
– 7 de agosto: Cultura e Igualdade Étnico-Racial (dialogando com o ODS 10);
– 16 de setembro: Cultura de Paz e Cooperação (ODS 16 e 17);
– 18 de novembro: Cultura, Preservação Ambiental e Emergência Climática (relacionado aos ODS da dimensão ambiental).
MinC publica resultado final de propostas culturais habilitadas no programa Rouanet da Juventude
Foto: MinC
Para conferir a lista de habilitações ou mais informações sobre o edital compartilhado, clique aqui.
Rouanet da Juventude
O programa inédito visa fortalecer e apoiar ações formativas culturais voltadas para jovens brasileiros das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e democratizar o acesso ao fomento cultural. Além disso, a iniciativa tem o objetivo de nacionalizar os incentivos da Lei Rouanet para a juventude de regiões e segmentos historicamente marginalizados, como comunidades quilombolas, indígenas, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência e moradores de periferias urbanas.
O programa também abrange diferentes linguagens culturais, como artes cênicas, literatura, música, artes visuais, museus, memória e jogos eletrônicos. Além de fomentar a criação artística, a ação promove o desenvolvimento socioeconômico nos territórios contemplados.