Missão estrangeira prevê retorno de R$ 30 mi em projetos culturais para SP

Fonte : Veja

Iniciativa envolveu a ida de dez empresas aos Estados Unidos

Marília Marton, secretária de Cultura do estado de São Paulo (Olga Vlahou/Divulgação)

Uma missão realizada pela secretaria de Cultura do governo de São Paulo em parceria com a agência de investimentos da gestão paulista,

a InvestSP, projeta retorno econômico de 30,2 milhões de reais em um ano para as empresas participantes. A iniciativa envolveu a ida de dez empresas com projetos voltados à cultura para Austin, no Texas, nos Estados Unidos, para participar do South by Southwest (SXS) um conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia.

“Nas missões, colocamos os artistas à prova de fogo. Em breve, vamos fazer um planejamento estratégico e de transversalidade da indústria cultural para a economia criativa. Missões, como a de Austin, são uma oportunidade de dialogar com diversos atores e stakeholders e procurar parcerias de desenvolvimento na área de cultura do estado”, diz a secretária de Cultura, Marília Marton, em entrevista ao Radar Econômico.

Marton afirma que o governo desenha uma atuação integrada entre a agência e as secretarias de Turismo, Educação e Agricultura para apresentar iniciativas internacionais que fomentem projetos voltados a ações culturais em São Paulo. “É a oportunidade de mostrar as produções do nosso estado”, diz ela. A próxima missão da secretaria levará até dez empresas paulistas para o Festival de Cinema de Cannes, na França, realizado entre os dias 16 e 27 de maio. Em 2022, a missão empresarial gerou 147 milhões de reais em novos negócios.

As empresas selecionadas vão participar do Marché du Film (Mercado do Filme), espaço em que produtores, distribuidores, investidores e representantes de festivais do mundo todo se encontram para negociar.

 

 

 

 

BH recebe amanhã 1º Seminário de Produção Cultural Preta de Minas Gerais

Fonte :Estado de Minas

Evento com inscrições esgotadas será realizado no Memorial Vale nesta terça (11/4) e propõe discutir barreiras raciais e a representatividade de gestores.

Karu Torres, cofundadora do Instituto Aya, apresenta a mesa “Mulher preta pode coordenar, sim”(foto: Patrick Arley/divulgação)

O Instituto Aya de Arte e Cultura Preta e Periférica, criado em 2020 pelos gestores e produtores culturais Karú Torres, Nega Té e Victor Magalhães, promove, nesta terça (11/4) e quarta-feiras, no Memorial Vale, o 1º Seminário de Produção Cultural Preta de Minas Gerais. O evento, gratuito, vai reunir palestrantes com notória experiência em produção cultural em Belo Horizonte.

A proposta é abordar e compartilhar experiências acerca da realidade vivida por produtores e gestores pretos em Minas Gerais, a fim de potencializar as ações em torno da cultura afrodescendente e das iniciativas que brotam na periferia das cidades. O seminário é voltado, principalmente, para quem trabalha com cultura e encontra barreiras sociais e raciais para sua plena atuação.
Victor Magalhães, que atua em Belo Horizonte há sete anos como produtor e gestor cultural, diz que, ao longo desse percurso, pôde observar que houve avanços, no sentido de uma maior presença de pretos e pretas nessa área, mas que ainda não é uma representação equiparável com a de brancos.

Dificuldades da cena

“A ideia desse seminário veio com a pandemia, quando o setor de artes e entretenimento foi particularmente afetado. Decidimos, eu, Karú e Nega Té, analisar as dificuldades da cena para produtores pretos no que diz respeito, por exemplo, à captação de recursos ou obtenção de alvarás. Resolvemos fazer um debate mais amplo, envolvendo outras pessoas, para identificar melhor esses entraves e suas razões”, diz.
Ele aponta que a ideia é buscar soluções que possam ser levadas à esfera das políticas públicas. Há mais pessoas pretas produzindo, mas observa-se ainda uma carência de empreendedores, segundo Victor. O gestor considera que haja uma demanda por diversidade, equidade e inclusão nas grandes empresas, algo que parte do primeiro e do segundo setores, e que vai, aos poucos, chegando também ao terceiro setor, de prestação de serviços públicos.
“A gente tem conseguido fornecer mão de obra, mas não vejo muitos empreendedores pretos, que elaborem e aprovem projetos e tenham canais de captação de recursos. Ainda é uma grande maioria de pessoas brancas nos cargos de liderança e gestão. A gente quer trazer essa discussão à tona, propor debates que envolvam os órgãos públicos”, ressalta.
“Produção cultural preta: vivências, alegrias e frustrações” será o tema abordado por Victor Magalhães, cofundador do Instituto Aya
(foto: Marco Aurélio Prates / divulgação )

Realização periódica

Trata-se de um primeiro seminário, conforme ele destaca, porque a ideia é realizar esses encontros periodicamente, a cada 45 dias ou dois meses. “É uma discussão que, se colocada de modo permanente, pode ser ampliada para todo o Brasil, porque não é uma questão exclusiva de Minas Gerais. Quando falamos de grandes festivais, por exemplo, não conseguimos enxergar pessoas pretas no comando”, afirma.
Além de Karú Torres, Nega Té e do próprio Magalhães, participam do seminário os gestores e produtores culturais Felipe Mariano, Fredda Amorim e Kátia Amaral, com mediação de Simone Abreu. A escolha desses nomes se deu com base na experiência de atuação de cada um no cenário cultural local.
Sobre a escolha dos temas que vão conduzir a fala de cada um, Magalhães diz que foi algo bem permeável, relacionado com as vivências dos debatedores. “Cada um dos palestrantes vai trazer um pouco de seus processos, expondo suas dificuldades nessa área. Fredda Amorim, por exemplo, é uma mulher preta e transexual, então vai falar dos preconceitos que enfrenta, que passam até por questionamentos de competência”, aponta.

Inscrições esgotadas

Ele ressalta que esse é um debate necessário e premente, e que o fato de as inscrições para participação no seminário terem se esgotado tão logo foram abertas explicita isso. “Vai ser um evento com casa cheia”, celebra. Magalhães destaca que, com isso, o Instituto Aya já está cumprindo seus objetivos.
“O que a gente quer é fomentar esse campo da produção cultural preta, formar novos produtores, novos gestores, trazer essa discussão para o mercado, tentar captar recursos para desenvolver trabalhos voltados para a periferia, para ter mais pessoas pretas atuando no campo da cultura. O interesse que esse seminário despertou mostra que estamos no caminho certo”, diz.
• 1º SEMINÁRIO DE PRODUÇÃO CULTURAL PRETA DE MINAS GERAIS
Confira os participantes do evento que ocorre nesta terça (11/4) e quarta-feiras (12/4), das 18h às 21h, no Memorial Vale (Praça da Liberdade, 640, Funcionários), com inscrições já esgotadas
>> Karú Torres – “Mulher preta pode coordenar, sim”
Gestora e produtora cultural, atuando desde 2007 em projetos tais como Festival de Arte Negra (FAN-BH), Festival Internacional de Teatro (FIT-BH), Mostra Benjamin de Oliveira, Noite do Griot, Palco Hip Hop, Festejo do Tambor Mineiro, bloco e banda Havayanas Usadas, entre outros.
>> Felipe Mariano – “Representatividade solitária de um produtor preto em grandes instituições”
Formado em comunicação, com especialização em produção de eventos culturais e corporativos. Atua há mais de 16 anos com experiências junto a Rubim Produções, Chevrolet Hall, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Time For Fun e Galpão Cine Horto. Gerenciou o setor de eventos e promoções do Governo de Minas Gerais.
>> Nega Té – “Produção executiva não é só para mulheres brancas”
Produtora cultural formada pelo Observatório das Juventudes da UFMG/Utramig. Idealizadora e gestora da Preta Produtora. Atuou na produção executiva de projetos como Oficina Feminina de Rap, Liquidificador Cultural – 7º Okupa a Cidade e Slam MG. Também atuou no FAN-BH, Fluxo, Planeta Brasil, Sensacional e Mostra Negras Autoras.
>> Fredda Amorim – “Inclusão LGBTQIA+ não é bagunça”
Doutoranda em teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina, mestra em artes cênicas pela UFOP, artista e performer. Produtora, coordenadora de logística no FIT-BH 2022 e de produção da Virada Cultural de BH (2022). Desenvolve pesquisa, ações e práticas nas questões de gênero e raça, junto à coletiva Queerlombos.
>> Kátia Amaral – “Inclusão social além do marketing”
Produtora cultural com formação em marketing, integra a equipe da Diretoria da Política de Festivais da Fundação Municipal de Cultura. Coordenou o setor de relacionamento do Festival Sarará (2018-2019) e do Festival Sensacional (2018-2020) em questões de responsabilidade social, acessibilidade e inclusão. Já atuou em eventos como Palco Hip Hop (2018), Festejo do Tambor Mineiro (2018), Arraial de Belô (2019) e carnaval de Belo Horizonte (2020).
>> Victor Magalhães – “Produção cultural preta: vivências, alegrias e frustrações”
Produtor e gestor cultural preto, idealizador e coordenador do projeto Palco Hip Hop e da Mostra de Arte Preta Periférica (MAPP). Atuou no Festival de Arte Negra de Belo Horizonte, Festival Internacional de Teatro e Conexão Vivo. Coordenou a produção de projetos como o Duelo Nacional de MCs e o Duelo nas Quebradas.
>> Simone Abreu – Mediação
Com formação em produção de moda, iniciou a vida profissional como criadora de figurinos. Atuou como atriz, dançarina e maquiadora. Mulher preta, transexual e periférica, atualmente integra produções de grandes festivais e eventos culturais em Belo Horizonte.

Petrobras vai retomar altos investimentos em cultura

Fonte:O SUL

Há pouco mais de 10 anos, a empresa ocupava o posto de principal patrocinador do setor cultural. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a companhia retomará os altos investimentos em cultura, nos mesmos patamares de governos petistas anteriores. Há pouco mais de dez anos, a empresa ocupava o posto de principal patrocinador do setor cultural, com um robusto programa.

Em 2013, ano de maior aporte na última década, o total investido foi de R$ 203 milhões.

Nos dois anos seguintes, ainda no governo Dilma, os valores ficaram na casa de R$ 194 milhões e R$ 139 milhões e perderem tração com Michel Temer: de R$ 71 milhões, em 2016, para R$ 38 milhões, em 2018.

No período Bolsonaro, os aportes seguiram em queda, agravada pela pandemia: R$ 37 milhões (2019), R$ 18 milhões (2020), R$ 37 milhões (2021) e R$ 28 milhões no ano passado.

Shell Brasil

A Shell Brasil, por sua vez, informa que investiu R$ 73 milhões em cultura no ano passado. Desse total, R$ 58 milhões foram aportados por meio da Lei Rouanet, que a empresa começou a utilizar em 2021. O desempenho coloca a companhia como segunda maior patrocinadora pela via do mecanismo de renúncia fiscal. Gerente de comunicação externa da Shell Brasil, Alexandra Siqueira afirma que a política veio para ficar.

“Estamos avaliando nossos investimentos para os próximos anos e a ideia é manter ou mesmo aumentar esse volume”, diz. Como seu principal foco, a Shell investe em iniciativas e instituições perenes, como Museu Nacional de Belas Artes, Cinemateca Brasileira, Inhotim, Orquestra Sinfônica Brasileira e Festa Literária das Periferias.

Prêmio democratizado

Entendendo que precisava reformular o Prêmio Shell de Teatro, o mais importante do segmento no país, a companhia realizou uma pesquisa que identificou a necessidade de democratizar o evento. “O prêmio era muito fechado”, afirma Siqueira. Para ampliar seu alcance, a cerimônia será exibida no dia 15 de abril pela TV Cultura.

Realizada semana passada, a 33 edição do evento ocorreu num teatro do Rio, e não mais no seleto Copacabana Palace ou dividido entre as praças do Rio e de São Paulo. A próxima edição ocorrerá na capital paulista. “Estamos criando a categoria ‘destaque nacional’, que abarcará espetáculos de todo Brasil, e futuramente poderemos realizar a premiação fora do eixo Rio-São Paulo.”

Mercado em alta

Pelo sexto ano consecutivo, o mercado fonográfico brasileiro registrou crescimento, de 15%, em 2022, em valores. O segmento atingiu um total de R$ 2,2 bilhões em receitas, o que torna o Brasil o nono mercado do mundo. Para Paulo Rosa, presidente da Pro-Música Brasil, a associação de produtores de discos, a expectativa do setor é a continuidade do crescimento das receitas do streaming de música, que respondem por 86% do faturamento.

Após a expressiva expansão dos anos de isolamento social (de 26% em 2020 e 32% em 2021), o mercado entra em acomodação. “Em 2022, primeiro ano do calendário pós-pandemia, vemos a taxa anual de crescimento do mercado fonográfico brasileiro se aproximar mais dos patamares apurados nos anos pré-pandemia, ainda assim com uma taxa de expansão bem acima da média mundial de 9% no período”, analisa o executivo.

Artistas devem cobrar, agora, diálogo com prefeitura sobre Lei Paulo Gustavo, alerta MinC

Fonte:Brasil de Fato

Apresentada em 2021, medida feita para amparar artistas e coletivos por conta da covid deve ser regulamentada em abril

Referência na área do humor, ator Paulo Gustavo morreu em maio de 2021, vítima da covid – Divulgação

 

Depois de uma longa trajetória, entre vai e vem no Congresso e veto presidencial, a Lei Paulo Gustavo está na reta final de regulamentação e pode começar a repassar os R$ 3,8 bilhões de recursos para estados e municípios a partir de abril.

Apresentada há quase dois anos, a medida foi criada como forma de amparo aos artistas e coletivos culturais e é uma das grandes apostas do Ministério da Cultura, afirma Thiago Rocha Leandro, diretor da Diretoria de Assistência Técnica a Estados, Distrito Federal e Municípios, da Secretaria dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura.

:: Com Lula, ato pelo direito à cultura lança decreto de fomento no Theatro Municipal do RJ ::

Em entrevista ao programa Bem Viver, na edição desta segunda-feira (27), o diretor confirmou que a regulamentação da lei está na fase final e “esse processo deve acabar no próximo mês [abril], quando vamos publicar o decreto e os municípios e estados podem colocar os planos de trabalho e começar a receber os primeiros recursos.”

No entanto, Thiago Rocha alerta aos artistas e coletivos que “o momento é agora. A Lei Paulo Gustavo traz um ponto que é a obrigação dos gestores de fortalecer diálogo com a sociedade civil para lançamento dos editais.”

Segundo Rocha, “alguns municípios estão se adiantando, mas outros precisam ser provocados, precisam ser lembrados”.

Até o lançamento oficial da Lei, o Ministério da Cultura vem realizando diálogos com comitês e conselhos relacionados à área em todos os estados do país. “A gente não acredita em construção imposta, estamos em debate com as pontas, falando com os comitês e conselhos brasil afora para construir uma regulamentação que dê conta da diversidade cultural que existe no país”.

A Lei

A proposta, de autoria do senador Paulo Rocha (PT-PA), recebeu o nome do ator Paulo Gustavo em homenagem ao artista que faleceu em decorrência de complicações da covid-19, em maio de 2021, tornando-se um dos ícones da luta da sociedade civil contra a má gestão da pandemia  por parte do governo Bolsonaro.

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Em julho do ano passado, o congresso nacional viveu uma sessão simbólica, reunindo parlamentares e artistas. Na ocasião, deputados e senadores derrubam o veto que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia dado à Lei Paulo Gustavo. Com a decisão do congresso, a medida voltou a valer e um dia depois foi registrada como Lei Complementar nº 195.

Desde então, o texto espera ser regularizado pelo governo para que os recursos financeiras possam ser repassados os estados e municípios.

Retomada

Esta é apenas uma das tarefas deixadas pela gestão Bolsonaro. A maior, sem dúvida, é a reconstrução do Ministério da Cultura. Rebaixado para o status de secretaria em 2016, após o golpe contra então presidenta Dilma Rousseff, a pasta vem sofrendo sucessivos desmontes e abandonos.

Segundo Thiago Rocha, ao chegar ao Ministério a equipe percebeu que “faltavam de mesa de trabalho, cadeira, câmera pra equipe de divulgação. Faltava de um inventário completo”.

Por outro lado, o diretor o comenta que todo o trabalho de reconstrução “tem sido feito com brilho no olho.” Os servidores estão empolgados com as possibilidades, com cada reunião”.

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“Estamos celebrando o maior orçamento da história para o Ministério da Cultural”, comenta Rocha.

Thiago Rocha afirma que a Lei Paulo Gustavo está sendo estudada para virar uma política pública. Segundo o diretor o Ministério da Cultura vai definir qual vai ser o mecanismo que a pasta vai apostar para se tornar a forma permanente da União repassar recursos para estados e municípios.

A Lei Aldir Blanc, que já teve o primeiro edital realizado, terá a nova edição este ano. Novas versões estão previstas para os próximos anos, mas ela não foi estabelecida como uma política pública definitiva.

 

Investir na cultura não é mamata, é adubo.

Fonte : UOL

Imagem: Joedson Alves/Agencia Brasil

Assumimos o novo Ministério da Cultura com uma missão muito especial, irrigar e fazer reflorescer a produção artística e cultural brasileira, depois de mais de quatro anos de perseguição e desrespeito aos milhares de trabalhadores da cultura que desenvolvem, dignamente, suas atividades profissionais por toda uma vida e até por gerações. O nosso setor cultural sempre produziu conquistas valiosas e já colocou o Brasil em posição de destaque através da emancipação, transformação e desenvolvimento social e econômico.

Somos 6 milhões de trabalhadores, homens e mulheres, de todas as idades, de todas as raças, de todos os gêneros. Estamos em todos os lugares trabalhando, aprendendo, enriquecendo e embelezando o mundo com aquilo de mais singular que é produzido pela humanidade: a arte. O Brasil é um país cheio de cores, sabores, sons, imagens, tradições. Somos um povo criativo, diverso, estamos juntos, misturados, singular e plural. E não apenas nos realizamos e nos identificamos nessa bela mistura, mas absorvemos outros fazeres que, mais ainda, nos enriquecem como sociedade. Temos como reposta o reconhecimento do nosso povo, que é o nosso suporte.

O retorno do MinC (Ministério da Cultura) e da produção cultural brasileira se torna mais intenso e simbólico neste momento em que reatamos a vida plena em sociedade, com a democracia restaurada e sem o sofrimento que nos foi imposto pelo desmonte da pasta, pela perseguição política e pela pandemia de covid-19. Nesse contexto, entre os segmentos produtivos da economia, foram os trabalhadores e trabalhadoras da cultura e nossas atividades culturais que mais sofreram as consequências impostas nessa travessia amarga. A atividade cultural é, quase sempre, coletiva, gregária. O desmonte do MinC deixou sequelas profundas na produção econômica do setor. Choramos, sofremos e morremos, também. Perdemos espaço de trabalho, ao menos 300 cinemas fecharam e continuam fechados, em um país em que só 7% dos mais de 5.000 municípios possuem esse equipamento.

Essa retomada do fazer da cultura não poderia ser realizada sem o justo financiamento aos seus realizadores. Quando traduzimos nossa atividade em valores econômicos, nosso setor é responsável por 3,1% da riqueza nacional. Mesmo sendo um potente setor produtivo, até hoje recebíamos apenas 0,5% dos incentivos fiscais que eram destinados, anualmente, pelo governo federal. Essa renúncia de impostos é oferecida pela Lei Rouanet, uma importante ferramenta de financiamento da cultura brasileira que possibilitou que, a cada RS 1,00 renunciado, R$ 1,60 retornasse à economia. Os recursos da Lei Rouanet estão viabilizando, todos os anos, a execução de cerca de 3.000 ações culturais, em todas as linguagens artísticas.

Essas ações promoveram a profissionalização do setor, com a formação e o crescimento de atores, músicos, compositores, técnicos, produtores, diretores, roteiristas, cineastas, figurinistas, cenógrafos, costureiras, marceneiros, eletricistas e dezenas de outros profissionais da cultura que, juntos, movem essa grande engrenagem que é a construção de um bem cultural. Apesar desse impacto relevante, a lei não prescindia de ajustes em sua gestão. Com o apoio do presidente Lula e a cultura na pauta principal do seu governo, poderemos ampliar as possibilidades de suporte, com recursos oriundos das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Com esses dois novos mecanismos de financiamento, chegaremos aos mais diversos fazedores da cultura, localizados em todos os lugares do Brasil, mediante o repasse de recursos financeiros para estados e municípios.

“Neste novo cenário, é imprescindível a invenção de um novo arcabouço legal que enxergue a cultura brasileira em toda a sua especificidade e diversidade, que reconheça as distintas necessidades dos realizadores e que entenda a dinâmica de produção dos segmentos artísticos.”-

Simplificar os procedimentos, privilegiar a avaliação dos resultados obtidos e ampliar a fruição dos bens culturais pela sociedade brasileira são as mais importantes metas quando pensamos em financiar um setor que tem a criatividade como insumo primeiro. Tudo com mais transparência, mais segurança processual e jurídica, mais tecnologia de acompanhamento e maior possibilidade de distribuição equilibrada em todo o país.

Os principais avanços, no fomento direto, são as novas definições e modelos dos mecanismos que promoverão melhor gestão dos recursos, possibilitando a manutenção de espaços culturais, a concessão de bolsas e premiação, a implementação de instrumentos de financiamento reembolsável e a realização de editais de apoio à produção cultural.

No fomento indireto, via incentivos fiscais da Lei Rouanet, retornamos os projetos de planos anuais ou plurianuais, apresentados por instituições culturais, museus, orquestras, grupos de teatro e outros corpos artísticos estáveis..

Requalificamos a Cnic (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), com a participação de membros da sociedade de todas as regiões, representando nossa pluralidade. Ainda, faremos o diálogo com patrocinadores com o objetivo de induzir a desconcentração dos recursos e viabilizar ações que tenham conexão com as demandas do setor.

Financiar o fazer cultural e entregar resultados à sociedade nunca foi mamata. Se trata de “adubar”, de “aguar” e fazer “florescer” a inventividade dos brasileiros e dos trabalhadores da cultura, promovendo o desenvolvimento e a proteção das diversas manifestações artísticas e culturais, para reconstrução de um Brasil diverso, alegre, colorido, sonoro, unido e sem ódio.

O MinC voltou!

*Margareth Menezes é cantora, compositora e Ministra da Cultura no governo Lula.

VEM AÍ O NOVO DECRETO DO FOMENTO!

Fonte:Instagram @minc

Em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro na próxima quinta-feira, o presidente @lulaoficial e a ministra @margarethmenezes assinam o novo decreto do fomento cultural. No evento também serão anunciados editais para o setor audiovisual.

O MinC voltou e, com ele, o respeito aos fazedores de cultura de todo o país e a valorização da nossa diversidade cultural!

#DireitoÀCultura #FomentoCultural #LeiRouanet

CULTURA DO ESTADO LANÇA EDITAL EM HOMENAGEM A ANIVERSÁRIO DE 150 ANOS DA BIBLIOTECA ESTADUAL

Fonte :  SECEC-RJ

Chamada pública vai investir R$ 5,5 milhões em projetos literários.

Uma das bibliotecas mais antigas do Rio de Janeiro, conhecida atualmente como Biblioteca Parque Estadual, comemora 150 anos de criação nesta quarta-feira (15/3). E para celebrar o aniversário deste importante equipamento, que passou por tantas gerações, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) lança o edital “Literatura Resiste RJ”. A chamada pública tem como objetivo fomentar a cadeia literária em território fluminense, democratizando a cultura na capital e no interior, através da premiação de 110 proponentes e investimento total de R$ 5,5 milhões.

As inscrições abrem na próxima segunda-feira (20) a partir das 18h e permanecem disponíveis até o mesmo horário do dia 10/4. O processo deve ser feito de forma on-line, através do link http://cultura.rj.gov.br/desenvolve-cultura.

“A literatura transforma a vida das pessoas e lançar um edital voltado para esta temática reforça o nosso compromisso com a leitura, mas também com o equipamento cultural, que fez parte de tantas gerações e marca a história do Rio. Vivemos uma era cada vez mais digital, mas o livro resiste, a literatura segue forte, criativa e queremos explorar diversos conteúdos literários por meio deste edital, com projetos em todo estado”, ressalta Danielle Barros, Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

Vista aérea da Biblioteca Parque Estadual, localizada na Avenida Presidente Vargas, Centro – RJ / Foto: Leonardo Ferraz.

A chamada pública será dividida em três categorias: projetos literários continuados, novas feiras literárias e manutenção de bibliotecas comunitárias. Para participar é necessário ser pessoa jurídica, com natureza e finalidades culturais em seus atos constitutivos e com existência e atuação na área cultural. Nas duas primeiras categorias é permitida a inscrição de Microempreendedor Individual (MEI). Já na terceira, o proponente deve ser obrigatoriamente representante de uma rede de bibliotecas comunitárias constituída por, no mínimo, três bibliotecas, e que possua comprovada atuação prévia.

De acordo com o superintendente de Leitura e Conhecimento da Sececrj, Yke Leon, é muito importante poder olhar de forma especial para o universo do livro e da leitura a partir de uma iniciativa que irá atingir pessoas e projetos em seus diferentes níveis de existência.

“Esse edital não nasceu dentro da Secretaria de Cultura do Estado, ele nasceu na rua, das trocas durante as viagens pelos municípios e, principalmente, da escuta do desejo de quem dedica a vida a fazer do mundo um lugar de utopia. Por isso seu nome é Literatura Resiste RJ, porque tem como premissa e objetivo fazer a literatura resistir a tudo, inclusive a desesperança, para continuar com seu papel de produzir boniteza no mundo, como nos ensinou mestre Paulo Freire”, destaca.

Interior da Biblioteca Parque Estadual / Foto: Gui Maia.

O edital completo, com todas as informações e regras, será publicado em Diário Oficial na segunda-feira (20/3). O resultado preliminar será divulgado no dia 27/4.

Conheça as categorias:

Categoria A – Projetos Literários Continuados

Serão consideradas propostas de ações de continuidade ligadas a projetos literários já existentes no universo do livro e literatura, que possuam histórico consolidado e comprovado de atividades previamente realizadas durante, pelo menos, três anos, consecutivos ou não, no Estado do Rio de Janeiro. A proposta cultural inscrita nesta categoria deve consistir na realização de ações presenciais, que tenham como enfoque a ampliação do acesso aos bens culturais e à promoção e à difusão de conhecimentos no âmbito do livro e literatura, podendo ser: contação de histórias, oficinas, concursos literários, saraus literários, publicação de livro ou e-book (tratando-se de continuidade de coleções literárias) entre outros.

As propostas podem prever ações apresentadas através de diferentes linguagens artísticas, desde que sua temática seja focada na disseminação e fortalecimento da cultura literária, bem como seu objetivo principal.

Vagas: 50
Premiação: R$ 50 mil cada; totalizando o valor de R$ 2.5 milhões

Categoria B – Novas Feiras Literárias

Serão consideradas propostas de evento cultural literário inédito, com objetivo de promover a leitura, a escrita e a expressão oral, mediante a realização de atividades como palestras, exposições, oficinas e cursos, valorizando o livro como produto cultural e difundindo a produção literária, artística, cultural e intelectual, ao criar experiências de imersão para o público local. A proposta inscrita deverá ser totalmente presencial, realizada no Estado do Rio de Janeiro, e deverá essencialmente levar em conta o perfil da população local, bem como as características da localidade na qual a feira será realizada, com acesso gratuito ao público.

As propostas a serem apresentadas na capital, Rio de Janeiro, deverão ser obrigatoriamente realizadas em uma das 827 favelas do município, conforme listadas no ANEXO 12, baseado no estudo Índice de Desenvolvimento Social (IDS) por Áreas de Planejamento (AP), Regiões de Planejamento (RP), Regiões Administrativas (RA), Bairros e Favelas do Município do Rio de Janeiro – 2010, do Instituto Pereira Passos.

Vagas: 20
Premiação: R$ 50 mil cada; totalizando o valor de R$ 1 milhão

Categoria C – Manutenção de Bibliotecas Comunitárias

Serão aceitos conjuntos de ações de manutenção de bibliotecas comunitárias localizadas no Estado do Rio de Janeiro, considerando a melhoria e/ou a aquisição de materiais pertinentes à estrutura física e às atividades periódicas realizadas, bem como a contratação de profissionais e serviços para a realização destas atividades; organizadas em propostas apresentadas por proponentes que se caracterizem como representantes de redes de bibliotecas comunitárias.

Cada proposta poderá incluir as ações de manutenção de 3 a 15 bibliotecas, comprovadamente pertencentes à rede representada pelo proponente, e deve abranger as atividades das durante o período mínimo de 90 até 120 dias corridos.

Vagas: 40
Premiação: R$ 50 mil a cada biblioteca comunitária incluída na proposta enviada pelo proponente; totalizando o valor de R$ 2 milhões disponível para a categoria.

 

Governo cria novas secretarias e separa Esporte da Cultura; Instituto de Terras é criado.

Fonte: Rondonia Agora

Para alcançar metas, modernizar a máquina e, principalmente, cumprir os compromissos firmados durante a campanha de reeleição, o Governo Marcos Rocha efetuou mudanças administrativas na gestão estadual, criando novas secretarias, coordenadorias e diretorias.

Foram criadas a Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), que terá sob sua alçada as superintendências da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) e Superintendência Estadual da Cultura (SEC); a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom); a Secretaria de Estado de Patrimônio e Regularização Fundiária (Sepat); e a Secretaria Especial de Integração do Estado de Rondônia (Sibra).

O Governo também criou a Coordenadoria de Soluções para Melhoria e Alcance de Resultados (SOMAR), a Superintendência Estadual dos Indígenas (SI) e o Instituto de Terras de Rondônia (ITERON) para agilizar a regularização fundiária no Estado. O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado nesta quarta-feira, 15, pelo governador em exercício, Sérgio Gonçalves.

19ª SP–Arte destaca artistas e galeristas mulheres entre mais de 150 expositores.

Fonte :Redação Marie Claire

O evento retorna ao Pavilhão da Bienal com o Rotas Brasileiras e novas atrações artísticas de 20 cidades brasileiras e 8 países, de 29 de março a 02 de abril

SP-Arte/Pavilhão da Bienal- Foto: Divulgação/SP–Arte

A mais importante feira de arte da América Latina, a SP–Arte, celebra o aquecimento do mercado de arte e design na sua 19ª edição. De 29 de março a 02 de abril, o Pavilhão da Bienal recebe mais de 150 expositores, com destaque para as mulheres, entre galerias de arte nacionais e internacionais, estúdios de design, editoras, instituições culturais e espaços independentes.

Sede tradicional da SP–Arte desde sua criação, o pavilhão projetado por Oscar Niemeyer abriga neste ano expositores de oito países e 20 cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza, além de São Paulo. Para Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da SP–Arte, a feira, de quase duas décadas, é um exemplo de como a arte movimenta positivamente a agenda da cidade, impulsiona toda a cadeia do setor e projeta a imagem do país no mundo.

Nara Roesler – Jonathas de Andrade, Decalque—estilhaço pelado, 2022 / SP-Arte — Foto: Nara Roesler

“O Brasil vive um momento especial, com cada vez mais projeção global a partir do que produz no campo das artes visuais. Desde Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp, anunciado como curador da Bienal de Veneza, até as exposições individuais de Claudia Andujar nos Estados Unidos e de Maxwell Alexandre e Lucas Arruda em Madrid”, diz Fernanda.

A SP-Arte, nesse sentido, firma-se não apenas como motor de dinamização e renovação do mercado, mas da própria cena artística nacional e internacional”
— Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da SP-Arte

Neste ano, a feira celebra o crescimento de quase 30% do setor design em relação à edição passada, reunindo 44 expositores. Os estreantes FASGuto Requena e Porfirio Valadares juntam-se aos participantes que estão na feira desde que o setor estreou, em 2016, como ETEL,ovoTeo Jacqueline Terpins.

O evento recebe também um conjunto de onze galerias internacionais. Entre as novidades estrangeiras do ano estão a Galerie YouniqueMaât Gallery, Night Gallery e Nil Gallery. Depois de experiências bem-sucedidas em edições anteriores do evento, retornam as galerias El Museo / Fernando PradillaGalería de las Misiones, Galería SurOpera GalleryPiero Atchugarry e Zielinsky, com ênfase para a presença da argentina Herlitzka + Faria.

Galerie Younique – Georges Rousse, Bastia, 2020 / SP-Arte — Foto: Galerie Younique

Das brasileiras, destaque não só para galerias de peso como A Gentil CariocaAlmeida & DaleFortes D’Aloia e GabrielGomide&CoLuisa StrinaMendes Wood DM Millan, mas também para as mais jovens, como GalateaCentral, QuadraLima Galeria e Asfalto — sendo as duas últimas estreantes neste ano.

Fernanda Feitosa também ressalta que a diversidade de artistas é uma força motriz da feira, e explica que a SP-Arte “sempre apresentou diversas gerações de artistas (mulheres), desde aquelas que estão despontando no mercado e iniciando sua carreira, como aquelas que tiveram suas trajetórias um tanto esquecidas – até por conta do preconceito de gênero”.

Citando Gokula Stoffel (FDAG), Márcia Falcão (FDAG)Rebeca Carapiá (Leme), Maya Weishof (Millan) e Mônica Ventura (OMA) como algumas das artistas em ascensão listadas no evento, e também pioneiras como Sonia Gomes (Mendes Wood DM), Lenora de Barros (Gomide & Co), Iole de Freitas (Silvia Cintra + Box 4).

E ainda destaca que: “Quanto às galeristas, o mercado brasileiro, sobretudo paulistano, sempre foi feminino. Me alegra apresentar desde o início uma nova turma de galeristas, como a Igi Ayedun (HOA), Camila Thomé (C.Galeria), Marcela Setton (Quadra) e a Gisela Gueiros (Gisela Projects).”

Para os admiradores e estudiosos das produções fotográficas nacionais, a iniciativa Rotas Brasileiras ocupará 25 mil m² do Pavilhão da Bienal. Fernanda celebra que o Rotas “busca trazer um olhar apurado e temático sobre a produção das cinco regiões do país. Ao valorizar a produção fotográfica e artística de todo território nacional, a feira se propôs a desfazer barreiras entre o erudito e o popular, o centro e a periferia, o comercial e o institucional e apresentou a cosmovisão de diferentes Brasis.”

Veja abaixo informações sobre o evento:

Serviço:

19ª SP–Arte

29 de março – 02 abril de 2023

Pavilhão da Bienal – Parque Ibirapuera

Horários:

29–30 de março: 14h–20h

31 março–01 abril: 12h–20h

02 abril: 11h–19h

Entrada

R$ 70 (inteira) R$ 35 (meia-entrada)

Crianças de até 10 anos não pagam entrada

Classificação indicativa

Livre

Governo prepara decreto de ‘nova’ Lei Rouanet para zerar fila de projetos.

Fonte:UOL

Margareth Menezes, ministra da Cultura, ao lado de Lula

Imagem: PT

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai publicar, nos próximos dias, um decreto reorganizando uma série de regras da Lei Rouanet. Elaborado pelo Ministério da Cultura, o texto é visto praticamente como um “novo programa”. O decreto está nas mãos do ministro Rui Costa (PT), da Casa Civil, para ser analisado, lapidado e, depois, publicado pelo presidente, segundo apurou o UOL.

Há três pontos centrais da proposta, conforme a apuração da reportagem: unificar em um mesmo sistema de inscrição e regulamentação as leis Rouanet, Paulo Gustavo e Aldir Blanc; zerar uma fila de 25 mil projetos parados pelo governo anterior, que estão pendentes de análise e aprovação; possibilitar também zerar o passivo de prestação de contas. As leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc foram criadas com objetivo emergencial de ajudar o setor cultural, fortemente impactado pelas restrições da pandemia de covid, em 2020. As duas leis foram vetadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas tiveram subsequente aprovação no Congresso Nacional, que derrubou os vetos. Ao comentar a elaboração do decreto, anteriormente, a ministra Margareth Menezes confirmou como uma prioridade reestruturar as leis de incentivo e, principalmente, direcionar recursos para projetos culturais fora do eixo Rio-São Paulo. A pasta anunciou, em janeiro, a liberação de R$ 1 bilhão em recursos já captados por meio da Lei Rouanet.

O que é a Lei Rouanet? A Lei nº 8.313, de incentivo à cultura, foi sancionada pelo então presidente Fernando Collor, em dezembro de 1991. A partir daquele momento, ficou instituído o Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura) e desde então a regulamentação ficou conhecida como Lei Rouanet em homenagem ao seu criador, Sérgio Paulo Rouanet (que morreu no ano passado), à época secretário da Cultura da Presidência da República. Conforme explicou Vitor Rhein Schirato, professor doutor da Faculdade de Direito da USP, “a Lei Rouanet é um instrumento de fomento público à cultura, como a gente tem em vários outros países do mundo. […] Ela é uma forma de captação de recursos junto à iniciativa privada que implica a redução dos valores de impostos a pagar por empresas privadas”.