Documentos raros sobre escravidão em Santa Catarina são divulgados por museu

O Museu do Tribunal de Justiça de Santa Catarina disponibilizou de forma digital documentos raros sobre a escravidão em Santa Catarina

Por: Redação ND Chapecó

Via: ND Mais

O Museu do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) disponibilizou documentos raros sobre a escravidão em Santa Catarina. Os arquivos foram digitalizados e estão disponíveis para pesquisa gratuitamente.

O Museu Desembargador Tycho Brahe Fernandes Neto digitalizou os documentos históricos que registram o período da escravidão. São livros de notas manuscritos, intitulados “Venda de Escravos e Carta de Liberdade”, provenientes da Escrivania de Paz do Ribeirão da Ilha.


A informação foi divulgada pelo TJSC. Os materiais devem auxiliar historiadores, pesquisadores, jornalistas e estudantes. O conteúdo está disponível ao público na íntegra em uma plataforma pública e gratuita.

Além disso, vários trechos foram transcritos pelo historiador Adelson André Brüggemann, da Seção de Museu, o que facilita a leitura para as pessoas que não têm olhos treinados em caligrafia antiga.

Os arquivos contém as atas de eleições e também registros raros da vida social, como separação de casais com divisão de bens – circunstância desconhecida na cidade até então.

Segundo Lília Lacerda da Silva, chefe da Seção do Museu, “a publicação permite que os fatos relacionados à escravidão sejam conhecidos. Somente com o conhecimento evitamos a distorção da História e a repetição de erros do passado”.

Algumas transcrições dos documentos sobre a escravidão em Santa Catarina
Um dos documentos revelou o caso de uma mulher que comprou a própria liberdade por 200 mil réis. O documento diz que em Florianópolis, no dia 19 de abril de 1873, Joanna fez a ‘compra’:

“Sou senhora e possuidora de uma escrava crioula de nome Joanna, natural desta Província, a qual de minha livre e espontânea vontade, e sem constrangimento de pessoa alguma, concedo-lhe liberdade pela quantia de duzentos mil réis. Declaro ter recebido o valor da mão da dita escrava que fica liberta de hoje para sempre, a fim de que possa gozar sua liberdade como se fosse de ventre livre nascida.”

Doação de documentos sobre a escravidão em Santa Catarina
Em agosto, quando doou o acervo ao Judiciário, a oficial designada da Escrivania do Ribeirão da Ilha, Giane Catia Rosa Alves De Carvalho, contou como ficou impactada com o conteúdo sobre a escravidão.

A transmissão de acervo teve anuência do juiz-corregedor Rafael Maas dos Anjos, do Foro Extrajudicial. Na ocasião, ele disse: “Quando nos damos conta da existência de livros que relatam a vida na ilha décadas atrás, notadamente que havia uma cultura de entrega de crianças e seus futuros frutos como uma mercadoria para a realização de serviços, isso impacta. A reflexão a respeito é inevitável”.

O museu fica na sede do TJSC, em Florianópolis. É aberto ao público das 12h às 19h. Para grupos maiores, como turmas escolares, é aconselhável agendar horário.

Para 98% dos investidores brasileiros, há greenwashing nos relatórios de sustentabilidade

Pesquisa da PwC traz informações sobre as perspectivas de investidores e analistas e o contexto de empresas investidoras

 

Greenwashing: segundo pesquisa da PwC, mundialmente, a percepção de greenwashing é de 94% (Getty Images/Getty Images)

Por: Fernanda Bastos

Via: EXAME

Nove em cada dez investidores brasileiros (98%) dizem que relatório corporativos de sustentabilidade contém informações não comprovadas, é o que diz a Pesquisa Global com Investidores 2023 da PwC, multinacional de auditoria e consultoria. No contexto mundial, o índice de percepção de greenwashing é de 94%. A terceira edição do estudo entrevistou mais de 340 investidores e analistas para entender o que afeta o ambiente de empresas investidoras.

“O fato de 94% dos investidores entenderem que os relatórios de sustentabilidade contemplam algum tipo de divulgação não suportada por ações ou fatos (greenwashing) é um dado muito emblemático e indica que mudanças são necessárias na forma como as empresas vêm divulgando as informações de sustentabilidade”, afirma Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil.

Segundo a pesquisa, preocupações com a economia – e, principalmente, com a inflação – continuam sendo as principais queixas, mas foram minimizadas em 2022. Já em 2023, os riscos climáticos e cibernéticos se tornaram preocupações muito mais presentes entre os entrevistados.

“A pesquisa deixa claro que existe uma gama importante de temas que os investidores levam em consideração ao investir em uma empresa. Além dos temas de sustentabilidade, os investidores consideram atributos como a competência e também o histórico da administração. De forma geral, a pesquisa revela uma seletividade cada vez maior, e um desafio para as empresas demonstrarem que estão avançando em assuntos relevantes e diversos”, diz Colombari.

O estudo ainda diz que 59% dos entrevistados identificaram que os investimentos estão sendo impulsionados, cada vez mais, pela transformação da tecnologia – e este tem sido o fator mais provável de influenciar a forma com que as empresas criam nos próximos três anos. A Inteligência Artificial (IA), por exemplo, é “muito” ou “extremamente importante” para quase 70% dos entrevistados.

Sustentabilidade para as empresas
A sustentabilidade também se mantém fundamental para os investidores: globalmente, 75% afirmam que a forma como uma empresa faz a gestão de riscos e oportunidades relacionados ao tema é um importante para decisões de investimento, mas o percentual diminuiu 4% em relação a 2022.

Por este cenário de certa desconfiança, investidores recorrem aos reguladores. 57% dos entrevistados, ao redor do mundo, disseram que as se companhias cumprirem regulamentos e padrões definidos, como os definidos pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM), no Brasil, ou pelo ISSB (International Sustainability Standards Board), isso ajuda “bastante” ou “muito” nas tomadas de decisão. Globalmente, os investidores estão mais focados no cumprimento de compromissos ESG (do inglês, environmental, social and governance).

Um outro aspecto que precisa ser considerado, segundo Colombari, é que essas normas são voltadas substancialmente para as informações que precisam ser divulgadas, e não para as práticas de uma organização em relação aos temas de sustentabilidade. “Acredito que as normas podem ser um instrumento interessante para que as empresas dêem alguns passos para trás, e reavaliam, por exemplo, a estrutura de governança para monitorar os temas de sustentabilidade, a estratégia em relação a esses temas e seus riscos”, afirma.

Os investidores também pretendem obter mais informações sobre o impacto de uma empresa na sociedade ou no ambiente. No Brasil e no mundo, 75% concordam que os negócios devem divulgar o valor monetário do seu impacto no ambiente ou na sociedade. Em 2022, o número estava acima dos 68% e 66%, respectivamente.

O que é greenwashing?
O greenwashing (do inglês, “lavagem verde”) consiste em divulgar falsamente dados ou informações sobre sustentabilidade, Por exemplo, uma empresa pode afirmar que seus produtos são sustentáveis, por meio de publicidade, adicionando informações indevidas nos rótulos ou relatórios ou ocultando dados para dar ênfase em algo que pode ser considerado como sustentável.

Em outras palavras, o greenwashing significa passar uma imagem falsa de uma companhia, onde ela afirma apoiar causas sustentáveis quando – na prática – não é bem assim. Um negócio pode praticar greenwashing quando divulga que está, por exemplo, reduzindo suas emissões de CO2 sem divulgar o impacto disso ou dados que comprovem a informação.

 

Vitória do Fomento à Cultura

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Projeto já havia sido aprovado pelos deputados da CCJ e seguirá agora para o Senado

 

Cultura de SP apoia 870 projetos nos grandes centros, interior e litoral em 2023

Iniciativas culturais são inscritas no programa ProAC Editais, que tem a finalidade de incentivar artistas em diversos segmentos

O programa de fomento à cultura do Governo de São Paulo contemplou 870 projetos culturais em todas as regiões do estado em 2023, tanto nos grandes centros como no interior e litoral. Ao todo, o Estado investiu cerca de R$ 100 milhões em 45 linhas do Programa de Ação Cultural (ProAC) Editais.

A abertura das inscrições teve início em março. Os projetos contemplados receberam os aportes da pasta em parcela única, diferente dos anos anteriores, em que o repasse era feito em duas parcelas. Em 2023, houve aumento de 23% nas inscrições em comparação a 2022. No ano passado, foram 15.928 inscritos e, neste ano, o total subiu para 19.674 participantes.

Além do pagamento em parcela única, uma novidade deste ano foi a abertura de seis novas linhas de apoio para diversos segmentos culturais. O segmento Dança, por exemplo, conta agora com a linha “Performance/Realização e Temporada de Ações Inéditas”; no Circo, foram acrescentadas as linhas “Produção e Manutenção/Lona” e “Produção e Apresentação de Número Circense”; nos Museus, destaca-se a linha “Salvaguarda de Acervos”; em Patrimônio Histórico e Cultural, foi lançada a linha “Bem Protegido”; e, por fim, o segmento Publicação inclui a linha “Realização e Publicação de Conteúdo Cultural”.

O que é o ProAC Editais

O ProAC Editais tem como objetivo fomentar e difundir a produção artística em todo o território paulista, apoiando financeiramente projetos culturais em segmentos como circo, dança, música, teatro, audiovisual, literatura e artes visuais, entre outros. Há linhas de editais que contemplam projetos nas periferias para artistas, grupos coletivos, espaços culturais e comunidades.

O Governo de São Paulo manteve as linhas voltadas para formação em arte e cultura e promoção de cursos, oficinas e artistas iniciantes, além das novidades de diversificação do apoio aos principais segmentos.

Durante as inscrições promovidas pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, em parceria com o Sebrae-SP, houve uma série de atividades que auxiliaram os candidatos na elaboração dos projetos. A pasta ofereceu apoio por meio de cartilhas, palestras, balcão tira-dúvidas e mentorias coletivas.

São Paulo é o trabalho que dá certo!

Em seu primeiro ano de gestão, o governo do Estado de São Paulo fortaleceu sua missão de promover serviços de qualidade à população, guiado por pilares como o desenvolvimento, o diálogo e a garantia de dignidade para as pessoas. No período, foram entregues 18.400 moradias. Além disso, foram concluídas 2.740 obras, que incluem a recuperação de 6.400 km de rodovias. Na educação, 848 escolas foram reformadas, e 25 creches foram inauguradas. Na saúde, foram abertos 1.500 leitos, equivalente a sete hospitais, e realizadas 1 milhão de cirurgias eletivas. Na segurança, todos os índices de produtividade policial registraram melhorias em relação a 2022, com aumentos de 17% na apreensão de drogas, 11% de armas, 9% de veículos e 5,4% de prisões. Mais 25 unidades do Poupatempo passaram a atender mais 1,2 milhão de pessoas mensalmente. Entre tantas conquistas, somou-se a aprovação da desestatização da Sabesp, que será fundamental para antecipar a universalização do saneamento e a expansão do acesso à água, coleta e tratamento de esgoto para toda a população de São Paulo.

Influenciadora indígena tem 3M de seguidores acompanhando sua cultura nas redes

Por: JULIA GUGLIELMETTI 

Via: Terra

We’e’na Tikuna faz sucesso na internet conscientizando o público sobre os povos originários e sobre o meio ambiente

We’e’na é uma influenciadora, ativista, estilista, cantora e empreendedora que nasceu na terra do povo Tikuna — a maior população indígena do Brasil — no rio Alto Solimões, no estado do Amazonas. Ela tem quase 2 milhões de seguidores no Facebook, 500 mil no TikTok, 200 mil no Instagram e 100 mil no YouTube, somando quase 3 milhões de pessoas que acompanham o seu conteúdo na internet.

Em entrevista a Planeta (assista ao vídeo acima), ela conta que seu primeiro contato com computador foi em 2006, quando professores da Universidade do Amazonas levaram equipamentos para a sua comunidade aprender a mexer.

A partir desse momento, ela criou sua primeira conta de e-mail e passou a usar a antiga rede social Orkut para se comunicar com as pessoas. Alguns anos depois, entrou para o Facebook: “Eu pintava tudo o que acontecia dentro da minha aldeia e comecei a publicar”.

A influenciadora, então, começou a ganhar cada vez mais seguidores e sentiu a necessidade de falar mais sobre a sua cultura, para que pessoas de outros estados pudessem conhecer mais de perto as pinturas, cânticos e rituais de seu povo. “As pessoas começaram a gostar do meu conteúdo e a me sugerir pautas, queriam saber mais sobre ervas, simbologia das pinturas corporais e casamento. Daí, comecei a criar vídeos contando um pouco da nossa história”, diz.

Hoje, We’e’na é convidada para dar palestras em universidades, escolas, no TEDx Talks e, inclusive, no Rio +20, uma conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. Ela também tem uma marca de moda e já realizou publicidades para grandes empresas como Natura, Boticário, Panasonic e Netflix.

We’e’na Tikuna faz sucesso na internet conscientizando o público sobre os povos originários e sobre o meio ambiente
We’e’na Tikuna faz sucesso na internet conscientizando o público sobre os povos originários e sobre o meio ambienteFoto: Arquivo pessoal/We’e’na Tikuna

Conscientização

O conteúdo de We’e’na mostra o dia a dia junto a sua família. Ela conta que um dos seus principais objetivos nas redes sociais é quebrar o elo do preconceito e conscientizar o público sobre a cultura indígena por meio de uma pessoa indígena. “Por muito tempo fomos tutelados por terceiros. Como não falávamos a língua do homem branco, isso dificultou bastante o conhecimento e trouxe falta de comunicação”.

“São 523 anos de resistência dos povos indígenas e, hoje, o caminho está se abrindo para nós. Depois de muito insistirmos, lutarmos e brigarmos por esse espaço”, explica.

Meio ambiente

Outro objetivo de sua comunicação está trazer luz sobre a causa ambiental. “Quando se fala sobre povos originários, se fala sobre a natureza. Quem mais [deveria falar sobre meio ambiente] além de nós indígenas, que somos conhecidos como os guardiões da floresta? O indígena cuida da natureza”, afirma We’e’na, que lamenta a falta de consciência ambiental pelo restante da população.

A influenciadora explica que, para eles, a floresta é sagrada e, devido ao desrespeito com a natureza e as consequências sentidas com as mudanças climáticas, a “a floresta chora”. Ela complementa: “Sem a floresta, sem os rios, nós não existimos. Queremos conscientizar as pessoas que a fruta, o alimento que todos comemos, que nos dá energia, vem da terra”.

ABGC lança canal de atualidades no WhatsApp

A Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC) tem o prazer de anunciar o lançamento do seu canal de atualidades no WhatsApp, uma nova ferramenta de comunicação para os profissionais e interessados no campo da gestão cultural.

O canal de atualidades da ABGC é um espaço exclusivo para receber as últimas novidades e insights do mundo da cultura. Você ficará por dentro de eventos, workshops, legislação, financiamentos e muito mais. Além disso, você poderá participar de enquetes, acessar recursos educacionais e se conectar com outros gestores culturais.

Para assinar o canal de atualidades da ABGC, basta clicar no link abaixo e seguir as instruções. Você receberá uma mensagem de confirmação e pronto! Você já estará fazendo parte da nossa comunidade de gestão cultural.

Assine o canal de atualidades da ABGC clicando no link abaixo e ative o “sininho” para poder receber todas as notificações e se manter atualizado no universo cultural.

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O canal de atualidades da ABGC é uma iniciativa da ABGC, uma entidade sem fins lucrativos que visa promover e fortalecer a gestão cultural no Brasil. A ABGC oferece cursos, consultorias, pesquisas e publicações sobre temas relevantes para o setor cultural.

Não perca essa oportunidade de se manter informado e atualizado sobre a gestão cultural no Brasil. Assine o canal de atualidades da ABGC hoje mesmo e convide seus amigos e colegas para se juntarem a nós. Esperamos você no canal!”

Seu Jorge é titulado embaixador da Cultura durante Diálogos Culturais: África Brasil Caribe e Diáspora

Atividade, realizada no CCBB, em Brasília, celebra ações de intercâmbio artístico e cultural entre os países

Foto: Luciele Oliveira/ MinC

Essa ação de hoje reafirma a concretude das nossas relações com a África, Caribe e Diáspora. E é um passo importante no sentido de criarmos políticas estruturantes por meio de iniciativas e projetos realizados através da escuta”, declarou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, na noite desta segunda-feira (27), durante o lançamento da iniciativa Diálogos Culturais: África Brasil Caribe Diáspora. A ação marca a consolidação do processo de construção de intercâmbios culturais e artísticos entre os países. Durante o ato, o compositor, cantor e compositor, Seu Jorge, foi agraciado com o diploma de embaixador da Cultura.

O intercâmbio artístico e cultural entre Brasil, África, Caribe e países da Diáspora, celebrado nesta noite, tem como objetivo reconectar essas localidades, promovendo o diálogo intercultural, a cooperação, a coprodução e a colaboração, além de fortalecer a inserção das culturas afro-brasileiras no circuito internacional das artes e da cultura.

“Para 2024 também teremos um momento muito especial para o Brasil, que estará presidindo o G20, o presidente Lula está assumindo [em 1º de dezembro]. E queremos fazer nesse G20, ações que fortaleçam a presença e a força e a importância dos países africanos nessa nova visão”, completou a chefe da Cultura.

“Ó paz infinita, poder fazer elos de ligação numa história fragmentada. África e América e novamente Europa e África. Angola. Jagas. E os povos do Benin de onde veio minha mãe. Eu sou atlântica.” Com um trecho de “Eu sou atlântica”, de Beatriz Nascimento, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, traduziu o sentimento de estar ao lado de presenças tão representativas na formação do painel de lançamento do ato, saudando a ancestralidade a o avanço que a junção de tantos atores – e países – representa.

Já Tonika Thompson, embaixadora de Barbados, destacou que iniciativas como a desta noite são passos na direção do fim de um ciclo de racismo e segregação que marca a história dos países que integram o debate. “O sonho de ser recebida como embaixadora, como sou recebida aqui, de colaborar com um país como o Brasil, é poderoso”. E completou: “Em 30 minutos ouvi coisas que representam tanto, que são sonhos”. Ela também lembrou que além da ação integrar as comemorações do Novembro Negro, o mês marca o aniversário das relações entre Brasil e Barbados.

A embaixadora Gana saudou a presença de duas ministras de Estado negras. E, em português, destacou importância de ações afirmativas e constantes de consolidação de laços e tradições. “Uma das coisas mais difíceis de ver são as coisas que temos ou fazemos todos os dias, mas para compreender o que somos e como nos tornamos pessoas, são aquelas que consideramos certas que devemos celebrar. São essas coisas que demonstram que somos um povo de força e resiliência”.

 

O embaixador Laudemar Aguiar, secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura, pontuou em sua fala a importância, do respeito e integração. “A herança africana desempenha um papel crucial e enriquecedor nas artes do Brasil, permeando profundamente as expressões culturais do país. Desde a chegada dos africanos escravizados, as tradições, ritmos, mitos, crenças e técnicas artísticas negras têm sido entrelaçadas na tapeçaria da identidade brasileira. Na música, a influência africana é evidente. Nas artes visuais, esculturas e pintura, assim como na dança. A riqueza da ancestralidade não apenas ressalta a diversidade do patrimônio cultural como a resiliência e a vitalidade de uma contribuição que continua a moldar a cultura brasileira e inspirar a expressão artística contemporânea do país. Nossa política externa não poderia ser indiferente a essa dimensão tão potente de nossa identidade nacional. O presidente Lula dobrou o número de embaixadas africanas nos seus dois primeiros mandatos. Elas foram reduzidas nos últimos anos e serão retomadas”.

Seguido de João Jorge “agora é o momento de termos um outro tipo de relação, a civilizatória, da economia criativa, bilateral. Agora temos que ser o colaborador do desenvolvimento da África, do Caribe e dos afro-americanos. Num papel de igualdade muito profunda. O Brasil precisa ter relação com os países africanos e uma cooperação cultural intensa”.

CCBB

O Centro Cultural Banco do Brasil foi palco do evento. Anfitriã da atividade, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, aproveitou a oportunidade para anunciar dois lançamentos: o primeiro, uma nova seleção pública que irá injetar R$ 12 milhões no mercado de empreendedoras negras da cidade e do campo; a segunda, a retomada em novo formato do Projeto Memória. O Projeto Racismo e Sexismo – Olhar Lélia Gonzalez, vai levar, até 2026, uma mostra a sete capitais brasileiras.

E, em referência a uma carta publicada pelo BB na última semana, em que a instituição se desculpa pela participação no processo de escravização na história do país, Tarciana foi categórica: “Mais do que pedir, perdão, precisamos de ações efetivas”.

Um show do cantor e compositor Mateus Aleluia e a apresentação do espetáculo SEMUTSOC, da Companhia de Dança Afro-contemporânea Corpus Entre Mundos, marcaram o encerramento do ato. “Eu gosto de cantar falando e falar cantando”, disparou Mateus, diante de um público que acompanha suas canções e prosa ritmada e cheia de elementos que dialogavam diretamente com o tema do encontro.

Fonte: MinC

Veja como cadastrar o plano de ação da Política Nacional Aldir Blanc

Prazo para a adesão de Estados, Distrito Federal e municípios termina em 11 de dezembro

Foto: Victor Vec/ MinC

Maior iniciativa voltada ao setor cultural na história do Brasil, a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) irá repassar, até 2027, R$ 15 bilhões aos entes federativos. O prazo para o envio dos planos de ação pelos estados, Distrito Federal e municípios termina em 11 de dezembro. Para orientar os gestores e gestoras de cultura sobre o cadastramento na plataforma Transferegov, garantindo o recebimento dos recursos, o Ministério da Cultura (MinC) disponibilizou um vídeo tutorial em seu canal no YouTube. Para acessar, clique aqui.

Confira o passo a passo:

1- Acesse a plataforma Transferegov (https://www.gov.br/transferegov/pt-br);
2- Clique no ícone Transferegov e depois em acessar cadastros;
3 – Clique nas três linhas que aparecem ao lado de Transferegov. Depois em cadastro e na sequência em Ente Estadual Distrital ou Ente Municipal;
4- Se escolher Ente Municipal será direcionado para a página (https://cadastro.transferegov.sistema.gov.br/ep-cadastro-web/cadastro/ente-municipal/consulta), onde deverá preencher o nome de sua cidade e clicar em Pesquisar;
5 – Caso apareçam algumas opções com o nome de sua cidade, escolha a correta e clique na lupa do lado direito da página;
6 – No resultado, confira a situação de seu município, se o cadastro está ativo e quais os usuários. Caso não tenha cadastro na Transferegov, um dos nomes com o ícone + é um cadastrador que pode dar novo acesso à plataforma;
7 – Verifique os dados básicos e usuários e retorne para a página inicial no item Transferências Fundo a Fundo;
8 – Clique em acessar, onde será direcionado para uma nova página, e depois em entrar, no canto superior direito;
8 – Preencha seu CPF da conta Gov e senha;
9 – Clique em Programa e depois no símbolo de filtro, no lado direito;
10 – Em órgão repassador coloque MinC – Ministério da Cultura;
11 – Em programa, veja que há três opções: para estados, para municípios que receberão mais de R$ 360 mil e outro que receberão menos de R$ 360 mil;
12 – Selecione o programa correspondente e depois clique em filtrar e na lupa ao lado para detalhar;
13 – Você pode buscar em beneficiários, pelo CNPJ de seu município. Clique em pesquisar e irá encontrar o valor destinado a ele;
14 – Suba a página e clique em Plano de Ação, na lista localizada à esquerda, e depois em Adicionar;
15 – Insira o CNPJ do seu município. Coloque a data inicial, que é o dia do cadastro, e a final de vigência (31 de dezembro de 2024);
16 – Em Fundo Vinculado coloque o CNPJ do seu Fundo ou órgão de cultura. Atenção: o CNPJ do Fundo já deve estar cadastrado na Transferegov. É ele quem irá administrar a conta bancária. Se não tiver Fundo, deixe em branco e o CNPJ do Município será o administrador da conta;
17 – Em órgão repassador selecione MinC – Ministério da Cultura e o programa em que seu município se encontra. Os demais dados são preenchidos automaticamente;
18 – No campo Específico insira o valor destinado ao seu município e clique em Salvar;
19 – Em Metas aparece a opção de valores para cada uma delas. Clique em Ações. Os campos já estão preenchidos. Clique no lápis ao lado de cada uma delas para editar. Caso ele não apareça, role a tela até o canto direito. Ao clicar em Editar, o campo de edição está no topo da tela. Não é preciso alterar o nome nem a descrição;
19 – Inclua os valores para cada ação e clique em Atualizar;
20 – Após editá-las, clique em Salvar;
21 – Vá para a aba Destinação de Recursos e inclua a Natureza de Despesa e o valor correspondente;
22 – Depois clique em Incluir e Salvar;
23 – Clique em Dados Bancários e selecione o programa PNAB – MinC 2023 e a agência bancária. É possível digitar o número da agência ou escolher pelo nome do município. Atenção para o caso de municípios com o mesmo nome e certifique-se que agência está correta;
24 – Clique em Solicitar Nova Conta e em Vincular;
25 – Volte à página, revise todos os dados e clique em Enviar para Repassador. Caso apareça uma mensagem na parte superior da tela informando que existe Termo de Adesão assinado entre o Órgão Repassador e o Ente Recebedor, ignore e não vincule o Termo. Basta clicar em Enviar para Repassador. Feito isso, o Plano de Ação foi enviado com sucesso para análise;

Para saber mais sobre a PNAB, clique aqui

Fonte: MinC

1ª etapa do Edital de Intercâmbio Cultural beneficia 130 pessoas para difusão de trabalhos dentro e fora do país

As inscrições continuam abertas; Próxima seleção está marcada para dezembro deste ano

Quarteto Brasil Opus Música. Foto: Guilherme Andara

O Ministério da Cultura (MinC) publicou na quinta-feira (23) o resultado final da seleção do Edital Programa de Intercâmbio Cultural MinC nº 1. Foram selecionadas 130 pessoas, entre grupos e indivíduos, de todas as regiões do país, para participar de eventos fora de suas localidades, contribuindo para a difusão cultural e artística em âmbito nacional e internacional.

Julia Furia, coordenadora-Geral de Transferências Voluntárias, da Diretoria de Fomento Direto do MinC, diz que a participação foi significativa neste primeiro período de inscrições. “Ficamos muito satisfeitos em saber que o Programa de Intercâmbio Cultural foi bem recebido pelo público”.

“O Programa segue com as inscrições abertas, que, como sempre falamos, é de caráter contínuo, ou seja, não se encerram. Esperamos que na próxima reunião da Comissão de Avaliação e Seleção, marcada para dezembro de 2023, possamos ampliar ainda mais o número de beneficiários para apresentarem trabalhos próprios em eventos diversos, tanto no Brasil quanto no exterior”, comenta Júlia.

O maestro e violonista Eduardo Martinelli, de Campo Grande (MS), foi um dos contemplados. Ele fará com seu grupo Brasil Opus Música dois concertos em fevereiro de 2024, nas Universidade Autônoma de Barcelona e Universidade de Barcelona, na Espanha, por ocasião da exposição Alfonso X e Galícia.

“Ser contemplado neste edital traz pra gente um sentimento de satisfação e alegria muito grande, uma pelo fato da gente poder representar a cultura brasileira no exterior, ter esse grande auxílio para que isso aconteça e ainda mais a cultura de uma região do Brasil que é menos favorecida de um modo geral na difusão, que é a região Centro-Oeste. No estado de Mato Grosso do Sul, nós temos muito mais dificuldade para poder difundir e circular os nossos produtos culturais do que outras regiões do Brasil, então esse edital é um mecanismo muito importante para a democratização da difusão cultural no nosso país”, avalia o agraciado pelo edital.

No repertório, serão levadas músicas brasileiras de nomes consagrados como Pixinguinha e Guerra Peixe; obras regionais e fronteiriças como Che Trompo Araça, de Hermínio Gimenez, Chalana de Mário Zan e Trem do Pantanal, de Almir Sater e Paulo Simões. Além disso, os músicos foram convidados para a gravação de uma faixa musical na gravadora Columna, da Espanha, sobre romances hispânicos (português, espanhol e catalão), do professor Antoni Rossel, membro da equipe atual do projeto de investigação da Universitat Autònoma de Barcelona: Humanismos ibéricos.

Elisa Maia é cantora e produtora cultural em Manaus, Amazonas, e foi selecionada no edital por meio da ação afirmativa de cotas raciais. Com destino também Amazônico, ela irá para a 11ª edição do Festival Psica, que acontecerá entre os dias 15 e 17 de dezembro de 2023, em Belém, no Pará.

“Sempre trabalhamos o intercâmbio de saberes, na própria Amazônia, é caro circular na Amazônia então precisamos fazer um esforço anualmente. Essa ajuda de custo que vem do Intercâmbio, me ajuda não só a me manter lá, como fazer essa fruição de produtos artísticos e de conhecimento na própria Amazônia porque é um grande desafio fazer isso acontecer. O edital de Intercâmbio garante que artistas negras e negros, indígenas, da Amazônia e da Amazônia legal, consigam fazer essa circulação no território. Não há desenvolvimento da cultura sem diminuição das desigualdades sociais e ela passa por medidas de inclusão”.

“Irei para o Psica para participar de uma atividade de formação, que é um inetrcâmbio entre produtores negros do Brasil inteiro, e também compartilhar esse conhecimento como produtora e artista, porque o artista na Amazônia ele é também a pessoa que levanta o palco dele, tô nessa luta porque também tive que criar palcos para mim mesma”, conta a artista, que desenvolve o trabalho no campo da música há mais de 20 anos.

As ações afirmativas são um diferencial do edital, que tem critérios diferenciados de pontuação (bonificação) para propostas que tenham como protagonistas ou lideranças mulheres (cis e trans), idosos, indivíduos ou grupos de cultura urbana, pessoas LGBTQIAP+; bem como as propostas direcionadas a beneficiar pessoas de localidades periféricas ou destas originadas.

Intercâmbio Cultural

Segundo a diretora de Fomento Cultural do MinC, Teresa Cristina Azevedo, a principal característica do edital é contemplar os diversos agentes culturais. “Sejam artistas, técnicos, estudiosos, em diversas linguagens e expressões culturais, para apresentação de trabalho próprio. Também é possível apoiar a vinda de brasileiros residentes no exterior para participarem de eventos promovidos no Brasil. Enfim, a ideia é propiciar os encontros, a troca de experiências e a difusão da nossa cultura no Brasil e no exterior em suas mais diversas formas de manifestação”.

Com um investimento em 2023 de R$ 2,5 milhões, a ação da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic/MinC), havia sido descontinuada em 2015, o Programa de Intercâmbio Cultural do MinC beneficiou sete mil pessoas entre 2009 e 2015.

Os recursos serão distribuídos na proporção de 20% para cada região brasileira. O valor do apoio financeiro, independentemente do destino e do período de permanência do(a) participante, será o valor individual de R$ 5 mil para destinos nacionais e de R$ 12 mil para destinos no exterior. Os beneficiários oriundos dos Estados da Amazônia Legal – Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso – receberão um valor adicional de R$ 1 mil, independentemente do destino.

O programa pretende ser uma ferramenta de estímulo à participação e ao protagonismo de agentes culturais e equipes compostas de forma representativa por pessoas negras, pessoas indígenas e pessoas com deficiência.

Confira o edital.

 

Fonte: MinC

Museu na Inglaterra reconhece imperador romano como mulher trans e mudará pronome em exposições

Decisão se baseia em textos clássicos que afirmam que Heliogábalo pediu para ser chamado de ‘senhora’

Um museu do Reino Unido deve mudar o pronome utilizado para tratar uma figura do império romano em suas exposições após concluir, por meio de textos clássicos, que a preferência do imperador, historicamente tratado como homem, era por pronomes femininos. As informações são do jornal britânico The Telegraph.

Museu North Hertfordshire, no Reino Unido, pretende mudar o pronome utilizado para se referenciar a Heliogábalo, imperador historicamente tratado no masculino. Foto: Museum North Hertfordshire/Divulgação

O Museu North Hertfordshire, em Hitchin, na Inglaterra, disse que será “sensível” às supostas preferências de pronomes de Heliogábalo, que foi governante no século 3, e dará tratamento nas exposições como uma mulher transexual.

A decisão se baseia em textos clássicos que afirmam que Heliogábalo pediu para ser chamado de “senhora”. De acordo com o museu, em um relato de Dião Cássio, um cronista romano, que escreveu que Elagabalus foi “chamado de esposa, amante e rainha”, disse a um amante “Não me chame de Senhor, pois sou uma Senhora”, e pediu para que lhe fossem feitos órgãos genitais femininos.

Porém, esses relatos dividem opiniões, já que alguns historiadores apontam que essas supostas declarações podem ter sido atribuídas a Heliogábalo como forma de tentar manchar sua imagem. Essa teoria se potencializa pelo fato de que Dião Cássio serviu ao imperador Alexandre Severo, que assumiu o trono após o assassinato de Heliogábalo.

O museu possui um denário de prata cunhado no reinado de Heliogábalo. Nas exibições que apresentam a moeda, informações sobre ela e Heliogábalo, serão utilizados pronomes femininos. Heliogábalo governou Roma de 218 até seu assassinato, aos 18 anos, em 222.

Busto de Heliogábalo, que foi governante no século 3, exibido no Museu Capitolino, em Roma. Foto: Divulgação/Museu Capitolino

 

“Tentamos ser sensíveis na identificação de pronomes para pessoas do passado, assim como somos para pessoas do presente. É apenas educado e respeitoso. Sabemos que Heliogábalo se identificou como mulher e foi explícito sobre quais pronomes usar, o que mostra que os pronomes não são uma coisa nova”, disse Keith Hoskins, conselheiro Liberal Democrata e membro executivo para artes no North Herts Counci, ao The Telegraph.

 

Fonte: https://www.estadao.com.br/internacional/inglaterra-roma-museu-imperador-trans-nprei/